Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Recaídas














          Uma das palavras mais ouvidas quando discutimos drogadição é a palavra recaída.

          Gostaria de iniciar este texto partindo iniciando sobre os tipos de tratamento. Há varias abordagens de tratamento para dependência química. Existe tratamento clinico medicamentoso; há o tratamento psicoterapeuticos individual; há os grupos de mutua ajuda que envolve a psicologia comportamental e espiritualidade e por fim, há o tratamento realizado pelas Comunidades Terapêuticas, que é um tratamento psicoterapeutico sem uso de medicamento e enfatizado por uma determinada espiritualidade. Além, de todas estas abordagens, ainda existe aquela que é feita de maneira aberta e sem metodologia definida, seria aquelas onde o dependente químico pode buscar informações através da mídia, literatura sobre drogas.

          Primeiramente, quis fazer este comentário inicial sobre o tratamento, para falar sobre a recaída e dizer que já estamos precisando repensar nesta nomenclatura e definindo melhor esta etimologia.

          Segundo meu ponto de vista, como sempre enfatizo, a dependência química é uma doença bio-psico-social, porém a abordagem para o tratamento é quase exclusiva a nível psicológico, digo isto, porque entendo que é através de um trabalho psicológico é que o dependente mantém a sobriedade, haja vista, que não existe cura definitiva para aquele que adquiriu a doença. Todo processo de tratamento é visando um trabalho preventivo, educacional e comportamental para que o dependente não faça o primeiro uso.

         Partindo do principio que, a pessoa que procura tratamento sempre passa por varias abordagens terapêuticas obtendo varias experiências empíricas, isto o leva a um desenvolvimento psicológico de vencer a drogas, ocorrendo uma mudança sistemática de comportamento e conhecimento sobre a dependência.

          É comum vermos pessoas que passam por tratamento relacionados à dependência química que voltam para as drogas, porém, são fortes os suficientes para o retorno da sobriedade com certa facilidade. Não tenho duvidas que isto esteja relacionado a toda esta estrutura adquirida em muitos tratamentos. É neste sentindo que dizemos que o tratamento é lento e demorado, pois para alguns é através de varias recaídas e com o conhecimento somando-se ao desejo de vencer as drogas que vários conseguem deixar-la definitivamente.

          Olhando por este prisma, as recaídas devem ser vista também como parte do processo de tratamento, desta forma, não há necessidade do desespero nem dos que são dependentes químicos ou mesmo dos familiares. Poderíamos dizer que, até certo ponto, o tratamento em si é teórico mesmo que esteja numa abordagem onde o paciente possa experenciar todas as reações orgânicas, psicológicas, e crises de abstinência.

          As recaídas são a pratica do confronto entre a realidade da teoria com a realidade da dependência particular de cada um. O resultado está certamente no que quer o dependente para sua vida já de posse de todo conhecimento e estrutura psicológica existente em seu consciente.
Um dependente químico que almeja a sobriedade e a busca, jamais aceita naturalmente os momentos de recaídas instantâneas, pois ele sofre, e assim de posse do que sabe constrói mecanismos próprios para de restabelecer a sobriedade novamente.

          Finalizando, diria que as famílias, os dependentes químicos jamais devem entrar em crises quando se depara com recaídas simplesmente, mas sim ter a certeza que estas voltas às drogas ou bebidas compulsivas são instantâneas e rápidas. A atenção deve estar mais na estrutura emocional, no objetivo e no que pensa aquele que recai em relação às drogas.

Ataíde Lemos

Autor dos livros
Drogas um Vale Escuro e Grande Desafio para Família
O Amor Vence as Drogas

domingo, 18 de abril de 2010

Drogas e as dificuldades para o tratamento


Quero desenvolver um assunto, que segundo meu pensamento é extremamente importante e que está relacionado às dificuldades que as famílias e os dependentes químicos encontram para de buscarem tratamentos ou orientações. Estas dificuldades são:




Ø O preconceito, os estigmas e os mitos que rodeiam os dependentes e suas famílias.

Ø A falta de informação sobre a doença da dependência química.

Ø A Coodependencia.

Ø Questões financeiras.


Preconceito, os estigmas e os mitos que rodeiam dependentes e suas famílias.

É comum aqueles que estejam envolvidos com drogas serem taxados de vários adjetivos negativos, serem olhados com indiferença por grande parte da sociedade. É também muito comum familiar destes (dependentes químicos) serem responsabilizados como se fossem culpados por seus filhos terem contraído a doença da dependência química e assim, serem também excluídos de seus meios sociais. É comum a sociedade afastar de envolvidos com drogas, como se a dependência fosse uma doença contagiosa e a simples amizade, o contato já significasse um contagio. Este afastamento não atinge tão somente o usuário, mas também sua família. É comum dependência química ser sinônimo de bandidagem, delinqüência, vagabundisse e vários outros pejorativos. É comum o famoso jargão que é atribuído ao dependente químico “litro que vai querosene não sai mais o cheiro”.

A psicologia afirma que quando somos demasiadamente rotulados o inconsciente acaba assumindo tais estigmas e isto se confirma no caso da dependência química, pois varias vezes conversando com dependentes se consideram uns lixos e nos questionam; porque perder tempo com eles se não valem nada, muitas vezes duvidando até mesmo de nossa ajuda.

A maioria das famílias adoece emocionalmente por se culparem pela doença de seus filhos, atingindo estágios elevados de coodependencia devido a fatores externos que são os estigmas e o preconceito da sociedade. Então, fica uma reflexão: como se expor e buscar ajuda ou tratamento com todo este preconceito, rótulos e estigmas existente em torno da dependência química? Portanto, não é somente o ente dependente que provoca uma coodependencia na família, mas de uma maneira geral a sociedade também tem sua co-responsabilidade.

A dependência química tem suas características especificas que impede a pessoa de procurar ajuda, no entanto, com estes fatores externos mencionados torna-se um complicador a mais na tomada de atitude para os familiares e o dependente tratar-se.

A falta de informação sobre a doença da dependência.

Como disse acima o preconceito, o estigma, os mitos colaboram em muito, para que não se busque informações sobre a dependência química. Sendo assim, a falta de informação e apoio psicológico é um fator fundamental para o aprofundamento seja da pessoa envolvida com drogas, seja do seu familiar.

No entanto, há também aqueles que são de responsabilidade da família que contribuem para o aprofundamento de seus entes nas drogas e colaboram para sua co-dependência, fatores estes que ocorrem por ignorância, comodidade, estrutura social e emocional, cultural familiar, etc. E isto se deve à família estar envolvida em seus conceitos de valores que influencia comportamentos de seus filhos, mas sobre tudo, não buscarem informações como meio de prevenção as drogas.

Nós que atuamos nesta área, observarmos que em palestras é uma minoria que está interessada obter informações sobre dependência química. Normalmente são aquelas que já possuem um ente em fase avançada da doença. Observamos também que a maioria do público participante de tais eventos comumente são; especialistas na área da saúde, profissionais da área da educação e as pessoas que atuam em alguma entidade. Em suma, são pessoas que geralmente estão ligadas ao tema.

Não se deve buscar informação sobre dependência química apenas quando se vive o problema, mas como forma de prevenção. Não basta fazer palestras para crianças, adolescentes, jovens se a família não faz sua parte, isto é, não se informa sobre as drogas. É fundamental que ocorra um trabalho de conscientização onde possa reverter este quadro de inércia, de comodismo das famílias, fazendo-as saírem do conforto de suas casas e buscarem informações para que ela tenha maior conhecimento sobre a dependência química estando preparada e com as ferramentas adequadas caso venha a ter problemas de drogas no lar.

Em suma, a informação sobre drogas deve ser constante e de formação permanente. Todos são responsáveis nesta formação desde as empresas, as entidades religiosas, as instituições governamentais ou privadas. É mais fácil uma empresa, instituições governamentais, repartições públicas, entidades religiosas levar famílias a participarem de encontros do que voluntários simplesmente promoverem tais encontros. É preciso investimentos de recursos humanos e financeiros; disposição e prioridade para que a prevenção atinja maior número possível de crianças, jovens, mas sobretudo, de famílias.



A Coodependência.

Qual família que tenha um ente dependente e que não acaba tornando co-dependente? Acho que podemos contar nos dedos. Na realidade, de uma forma ou de outra, a família acaba sendo envolvida com o ente dependente e assim, adoecer-se também. É importante ressaltar que mesmo com toda uma estrutura de conhecimento, ainda assim, a família não está isenta de se adoecer, pois a dependência desestrutura qualquer pessoa, principalmente os pais, afinal quando lidamos com sentimentos, emoções dificilmente a razão consegue ter um domínio sobre a situação.

A coodependência é um assunto extenso, pois na realidade ela, segundo meu ponto de vista, está inserido dentro da estrutura psicológica da sociedade, da família e do Ser humano. Também ela está relacionada às questões culturais, sociais e de comportamento. O fator essencial para que a coodependência não seja tão acentuada está na espiritualidade e no conhecimento sobre a dependência que se adquire na participação de grupos de mutúa ajudas e por meio da literatura. A co-dependência se adquire tanto pela influencia do ente que é dependente – uma característica da dependência química é levar o usuário a torna-se o outro coodependente – mas também ocorre por fatores acima abordado.

Segundo meu ver, o estado de um co-dependente é ainda pior do que aquele propriamente dependente, pois ele (co-dependente) se encontra doente de tal forma que percebe. Muitos co-dependentes têm comportamentos mais acentuados que o ente usuário de drogas. Alias, muitos co-dependentes também são dependentes, pois é comum fazerem usos de medicamentos psicoativos como calmantes e outros psicoativos como também é comum vermos familiares com comportamentos adictos. Mas ainda assim, acredito que a partir de um trabalho de desestigmatização da dependência química que ocorre através da informação, do conhecimento é possível minimizar sensivelmente o grau de coodependência da família.

Questões financeiras.

A questão financeira é uma das grandes dificuldades seja da família, seja das entidades de tratamentos, pois na verdade, sem uma política pública real e efetiva no que tange ao tratamento para portadores de dependência química e seus familiares anulam-se as etapas superadas daqueles que desejam tratar-se. Nada adianta assumir a doença se não encontra tratamento adequado pela falta de dinheiro das entidades, ou se as famílias carentes não tem acesso a ele.

Segundo novos modelos de tratamento a dependentes químicos, seu custo torna muito elevado financeiramente, por exige vários profissionais da área de saúde em diversas especializações. É necessária uma equipe multi e interdisciplinar envolvendo profissionais da área da saúde e da educação. Também nos casos de internações há toda uma norma exigida pela Vigilância Sanitária (ANVISA) que requer uma estrutura nas entidades que necessitam de um volume de recursos alto para seu funcionamento. Sendo assim, somente as famílias de alto poder aquisitivo acabam tendo um tratamento de qualidade, deixando fora dele a grande maioria da sociedade.

Infelizmente, varias entidades que oferecem tratamentos nesta área têm fechado suas portas pela falta de recursos financeiros e pela inércia do Estado. Em sua grande maioria aquelas que ainda insistem em proporcionar atendimentos não podem dar um tratamento adequado pela falta de recurso financeiro em que se encontram. Normalmente, as entidades, em sua maioria, são mantidas com recursos originados de doações de pessoas abnegadas da sociedade ou mesmo de alguns familiares de pacientes que estejam em tratamento. Devido esta falta de recursos elas não têm como contratar profissionais capacitados nesta área. É uma ilusão imaginar que o profissional vá trabalhar voluntariamente – com algumas exceções. O trabalho voluntário não tem como exigir compromisso, pode até se criar regras, mas não funciona. Quem faz por amor não pode ser exigido a não ser pela sua própria consciência. Grande parte das entidades ainda funciona por recorrerem a seus próprios recuperandos que estão em fase avançada no tratamento tornando-se voluntários dentro dela, juntamente com alguns poucos voluntários que, por sentimentos cristãos,colaboram de uma maneira ou de outra.

Ainda que entidades tenham título de filantropia, precisa estipular cotas para vagas de carentes, senão, elas fecham suas portas nos primeiros meses de funcionamento. É impossível manter 30, 40 recuperandos internados servindo 4 refeições diárias, banhos, energia elétrica, custos operacionais e com profissionais sem que haja recursos financeiros para tais compromissos.

Outro fator complicador que ocorre pela falta de recurso está relacionado ao preconceito que existe em torno do dependente químico. Grande parte da sociedade tem conceito errado sobre dependência química, e isto os levam a não contribuírem com entidades que atuam neste seguimento. “Quem vai ajudar entidades deste gênero, isto é, colaborar com entidade que cuida vagabundos?” “Quem deixará de colaborar com entidades como abrigos para idosos, crianças para colaborar com entidades que trabalham com drogados?” Enfim, está é ainda a mentalidade de grande parte da sociedade.

Existem poucas instituições para tratamento de dependentes químicos que são apadrinhadas, recebendo recursos do Estado e de grandes organizações não governamentais do Brasil e do exterior, no entanto o restante vive das sobras que caem das mesas dos ricos. A maioria esmagadora das entidades sobrevivem porque famílias piedosas acabam colaborando financeiramente, por meio de doações e também porque muitas instituições produzem algum tipo de produto pelos seus internos e saem vendendo, através deles mesmo porta a porta.

Enfim, há vários obstáculos que são fatores fundamentais fazendo muitos não procurarem e ou conseguirem tratamentos, fatores estes que estão relacionados ao preconceito existente em torno da doença da dependência química. Obstáculo ocasionado pela desinformação da sociedade devida falta de interesse na prevenção e por fim, na inércia do Estado, que faz muito marketing em torno das drogas, mas que não proporciona políticas públicas em relação ao tratamento desta doença, deixando as famílias e as entidades à mercê pela sua omissão.

Ataíde Lemos

Autor dos livros
Drogas um Vale Escuro e Grande Desafio para Família
O Amor Vence as Drogas

Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira