O ckack não é uma droga nova, há quase duas décadas vem destruindo adolescentes e jovens. Segundo estatísticas, não são mais os adolescentes os consumidores desta droga, ela já atinge faixas etárias entre 35 a 45 anos. Certamente, esta faixa etária está relacionada ao tempo em que ela surgiu.
A questão é que, durante muitos anos os usuários desta droga eram usuários da classe pobre. É importante ressaltar que o ckack é o subproduto da cocaína e tem seu preço baixo, portanto é de fácil acesso de dependentes de baixo nível econômico, porém, seu custo baixo é uma ilusão, pois o uso produz um efeito avassalador no sistema nervoso central, mas de pouca duração, levando o dependente após o efeito consumir outra logo em seguida e assim consecutivamente. Enfim, a fissura é tão grande que leva o usuário usar muitas pedras em pouco espaço de tempo.
É importante também dizer que há todo um ritual em consumo do ckack e algumas características que leva o dependente manter-se um comportamento de risco a sua vida constantemente.
O ckack leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.
Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.
O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.
Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.
Com o passar do tempo o ckack deixou de ser droga da classe pobre, sendo usada também pela classe mais elevadas. Certamente este também tem sido o motivo da mobilização da sociedade está se fazendo em relação ao ckack, promovendo discussões e até mesmo se pensado em fazer Leis para procurar minimizar sua demanda fanççando o tratamento dos dependentes desta droga.
É triste constatarmos que somente quando a classe mais elevada economicamente da sociedade é atingida por algum tipo de droga que ocorre toda uma mobilização, mas como diz o ditado, "de todo um mal Deus tira um bem". Isto é, a partir desta realidade talvez agora as classes mais pobres podem ser beneficiadas.
Ataíde Lemos
Autor dos Livros escuro Drogas um vale e grande desafio para familia
O Amor Vence de Drogas