Uma prisão
disfarçada
Há um problema muito sério no Rio de Janeiro que é
mascarar as mazelas provocadas pela dependência química limpando a cidade, ou
seja, jogando os dependentes químicos adultos e crianças em prisões disfarçadas
de clinicas.
Qualquer
profissional da saúde que atua nesta área, sabe que o grande problema para os
dependentes químicos é conseguir internação
O Estado em todas as esferas (municipal, estadual e federal) é omisso
neste sentido, pois possui algumas instituições para este tipo de tratamento e
que não repassa verbas às infinitas instituições existentes pela sociedade
civil (com raras exceções). Entidades estas que para manterem-se precisam
mendigar, apelando para pessoas caridosas e empresas, ou mesmo, colocando seus
internos para fazerem campanhas nas ruas.
Agora o
governo vem com esta que vai internar involuntariamente os dependentes químicos
e alcoólatras para colocar onde? Em cárceres disfarçados de clinicas e
entidade? Enfim, este procedimento está mais que na cara que é uma atitude para
jogar debaixo do tapete a incompetência do Estado na área de tratamento a
dependentes químicos e querer mostrar uma mentira para o mundo frente os
eventos esportivos que teremos (copa do mundo e as olimpíadas). Os
profissionais da área da saúde não podem se omitir deixando ser levado por esta
grande mentira e esta maneira de tratar os dependentes químicos como bandidos
mantendo-os presos ao invés de trata-los.
Ataíde Lemos