Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Qual a melhor maneira de tratar um dependente químico?



















          O que ajuda a pessoa que se encontra dependente a vencer a doença, não é o nível intelectual do profissional que a assiste, não é a beleza ou o conforto de uma entidade clínica ou comunidade terapêutica, não é o passar de mão na cabeça de um recuperando ou dependente químico e não é a hostilidade de palavras agressivas que só reforçam sua baixa auto-estima, mas sim, um amor responsável, um amor coerente. É olhar para uma pessoa que precisa de ajuda e ser sua amiga, sem cobranças e sem questionamentos. É levá-la a perceber que ela é um Ser amado e importante, apesar de todo caminho percorrido. É não ficar apontando dedos e defeitos e sim ouví-la e aproveitar-se das deixas para levá-la à reflexão. É evidente que esperar da família tais atitudes seria exigir demais, pois ela se encontra tão doente quanto aquele que está fazendo uso de drogas. Seria pedir demais nesse determinado momento, em que é ela quem sofre todas as conseqüências de um ente dependente.

          Uma pessoa que se encontra com problemas de dependência química, está carente e com sua auto-estima baixa, com seu organismo debilitado e precisando desabafar.
         
          Uma pessoa que se encontra dependente nos dias de hoje, devido a tantas informações, tem uma real consciência de sua situação. Ela pode até querer passar uma outra imagem, no entanto, sabe que as coisas não estão bem para ela. O que ocorre é que essas pessoas estão doentes e não encontram alguém para ajudá-las, só recebem críticas e lições de moral como se elas não soubessem que tudo que lhes falam é verdade, porém isso não resolve, o que pode ajudá-las é encontrar pessoas que lhes apontem caminhos, que lhes mostrem horizontes, que vejam suas recaídas como algo perfeitamente natural e que tentem ajudá-las a se levantarem novamente.
         
           Vivemos em uma sociedade cercada de mitos, que cobra, mas que é inerte em apontar soluções. Que ainda não tem em profundidade o conhecimento sobre drogas por ser extremamente ignorante no assunto, não pela falta de informações, mas sim por não se informar.

          Criam enormes dificuldades e barreiras para se aproximarem de alguém que tenha problemas com drogas. Exigindo isto, aquilo e olhando-o como se ele fosse um ser extraterrestre e pensam, que somente determinadas pessoas são habilitadas para lidar com ele, como se ele fosse um aparelho eletrônico, um automóvel, que somente um especialista pode resolver seus problemas. Em dependência química não é exatamente assim que funciona.

         O que leva alguém a deixar as drogas é encontrar um amigo que não o discrimine, mas sim que o ajude em sua integração social, que não o exclua como se sua dependência fosse algo contagioso. É preciso ter um certo conhecimento sobre o Ser humano, tendo um mínimo de noção das características da dependência química e a simplicidade das palavras, enfim, é preciso ter muito calor humano.

           Vemos tantas pessoas que conseguem deixar a dependência química sem necessidade de internação, sem necessidade de ficarem horas e horas em divãs sendo analisadas. Isto vem demonstrar, que é na simplicidade, na amizade, na solidariedade e no compromisso com o Ser humano, que se tem ajudado a muitos a vencerem seus males psíquicos, orgânicos e espirituais.

( Ataíde Lemos )

Revisão: Vera Lucia Cardoso

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Recaídas
















          Uma das palavras mais ouvidas quando discutimos drogadição é a palavra recaída. Gostaria de iniciar este texto partindo do tratamento. Há vários tipos de abordagens relativas ao tratamento da dependência química. Existe tratamento clínico medicamentoso; há tratamentos psicoterapêuticos individuais em consultórios; há os grupos de mútua ajuda, que envolve a psicologia comportamental e a espiritualidade e por fim, os tratamentos realizados pelas comunidades terapêuticas, que são tratamentos psicoterapêuticos sem uso de medicamentos, enfatizados por uma determinada espiritualidade. Além de todas estas abordagens, ainda existe aquela que é feita de maneira aberta e sem metodologia definida. Seriam todas as informações que um dependente possa ter sobre drogas, que estão espalhadas na mídia e através de diversas literaturas sobre o tema.
          Primeiramente, quis fazer este comentário inicial sobre o tratamento, para poder chegar na questão da recaída e dizer que já estamos precisando repensar esta nomenclatura e definir melhor esta etimologia.
          Segundo meu ponto de vista, como sempre enfatizo, a dependência química é uma doença biopsicossocial, porém a abordagem para o tratamento é quase exclusivamente em nível psicológico, digo isto, porque entendo que é através de um trabalho psicológico, que o dependente mantém a sobriedade, haja visto que não existe cura definitiva para aquele que adquiriu a doença. Todo processo de tratamento é visando um trabalho preventivo, para que a pessoa não faça o primeiro uso. Partindo do princípio, que a pessoa que procura tratamento, sempre passa por várias abordagens terapêuticas, tendo várias experiências empíricas, adquirindo assim, um desenvolvimento psicológico maior no sentido de vencer as drogas, ocorrendo também nesta pessoa, uma mudança sistemática de comportamento, passando ela, a ter mais conhecimentos sobre a dependência.
          É comum vermos pessoas que passam por tratamentos relacionados à dependência química e que de repente voltam às drogas, porém, são fortes o suficiente para retornarem à sobriedade novamente com certa facilidade. Não tenho dúvidas, que isto esteja relacionado a toda esta estrutura adquirida em muitos tratamentos. Por isso é que dizemos, que o tratamento é lento e demorado, pois é através de muitas recaídas, com o conhecimento se somando e o desejo de vencer a dependência é que vários usuários conseguem deixar as drogas definitivamente.
         Olhando por este prisma, as recaídas fazem parte do processo de tratamento, desta forma não há necessidade de haver desespero, nem da parte dos dependentes químicos e nem da parte de seus familiares. Poderíamos dizer, que até certo ponto, o tratamento em si é teórico, mesmo que esteja numa abordagem onde o paciente possa experenciar todas as reações orgânicas, psicológicas, e crises de abstinência.
As recaídas, são a prática do confronto entre a realidade da teoria com a realidade da dependência particular de cada um. O resultado está certamente, no que quer o dependente para sua vida, já na posse de todo conhecimento e estrutura psicológica existente em seu consciente.
          Um dependente químico que almeja a sobriedade e a busca, jamais aceita naturalmente os momentos de recaídas instantâneas, pois ele sofre e assim, de posse do que sabe, constrói mecanismos próprios para restabelecer a sobriedade novamente.
          Finalizando, diria que as famílias e os dependentes químicos, jamais devem entrar em crise quando se depararem com as simples recaídas, mas sim devem ter a certeza, que estas voltas compulsivas às drogas ou às bebidas, são instantâneas e rápidas. A atenção deve estar mais na estrutura emocional, no objetivo e no que pensa aquele que recai, em relação às drogas.


Ataíde Lemos
Revisão: Vera Lucia Cardoso

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O adolescente, o Estado e as drogas
















         
         
              A droga surge na vida de alguém de várias maneiras. Na verdade, para muitos vem como uma muleta para suprir ou camuflar algum problema emocional, que muitas vezes a pessoa nem se dá conta que tem. Para outros, vem por uma simples brincadeira, uma diversão ou por uma oportunidade surgida. Enfim, de alguma forma ela vem como um momento de descontração.

          Para alguns, o uso da droga não proporciona nenhum bem estar, o usuário não faz a tão entusiasmada viagem, pelo contrário, não gosta, se sente mal e não mais a procura. Já para outros, a droga proporciona uma viagem fantástica e essa pessoa passa sempre a recorrer a ela, na tentativa de obter o mesmo prazer da primeira viagem feita, no entanto, isso não ocorre e assim, essa pessoa vive constantemente nesta busca.

          Pois bem, esta “viagem maravilhosa” é o primeiro indício de que a pessoa tem uma predisposição ao consumo de drogas, pois na busca de reviver aquele prazer, a pessoa vai consumindo cada vez mais drogas e seu organismo vai assimilando essa química, tornando-se dependente dela, até ao ponto, que o consumo da droga se torna uma necessidade para o usuário. Sem que ele se dê conta, que está consumindo cada vez mais e mais.

          O grande problema que leva as pessoas a adquirirem a dependência química, está no fato de que normalmente este início – com algumas exceções – se dá no período da adolescência, onde a personalidade ainda se encontra em formação. Onde o adolescente ainda está na fase das descobertas, das afirmações e assim, este “prazer” proporcionado pela droga, foge ao seu controle.

          É neste sentido que se faz necessário trabalhar a prevenção na pré e na adolescência. O Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) da Polícia Militar, vem nesta direção, isto é, de orientar a criança na sua pré-adolescência promovendo cursos aos alunos da 4ª série primária e agora já iniciando em algumas localidades, com os alunos na fase de adolescência, em alguns projetos, na 6 ª série.

          No entanto, ao sabermos que todo adolescente independentemente de sua classe social ou condição econômica está inserido no grupo de risco, consideramos que o PROERD, ainda que seja um bom projeto, é muito pouco, diante da demanda necessária de prevenção às drogas nesta faixa etária.

          É necessário que o Estado em todos os níveis e esferas de governo tenha a responsabilidade social na criação de projetos, sejam eles na área educacional por meio de disciplinas pedagógicas enfocando a prevenção às drogas ou mesmo projetos na área social, que levem os pré-adolescentes e adolescentes a estarem preparados para dizer não às drogas.

          Todos os meios que levam ao combate às drogas são necessários e fundamentais, como por exemplo, a repressão, no entanto, de nada vale a repressão se não se trabalha de maneira eficaz a demanda. Se cada vez mais, aumenta o consumo de drogas, mais o tráfico tende a aumentar, ainda que haja o combate a ele. No entanto é preciso pensar, que quanto mais diminuir a quantidade de drogas no mercado, maior será o custo dela e assim, maior será o custo social.

          Enfim, ao meu ver, o problema das drogas não é algo impossível de se enfrentar, mas sim, passa por uma questão de vontade política. O que observamos ocorrer é que se trabalha muito a questão imediata, mas não se trabalha tanto em projetos de longo prazo quanto à prevenção. São raros os projetos com visão de futuro, em geral eles se preocupam mais com o hoje. Talvez projetos de longo prazo não dêm tanto retorno em votos, literalmente são gastos que ficam por debaixo da terra.

Ataíde Lemos

Revisão:
Vera Lucia Cardoso

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Trabalhar prevenção às drogas nas Escolas

         
















          Trabalhar a questão das drogas na Educação, em nível de ensino fundamental e médio, penso que deva ser de formas específicas e direcionadas. Quando abordamos drogas, constatamos que este tema é muito amplo, que pode abrir leques para várias interpretações ou mesmo inúmeras brechas para questionamentos contraditórios.

          Uma das abordagens para se trabalhar na escola tal assunto, seria propiciar aos estudantes adolescentes e jovens, do ensino médio, a aprendizagem de como se relacionarem consigo mesmo; a aprenderem a resolver seus conflitos internos; criarem perspectivas de vida saudável, incentivando e motivando-os a correrem atrás de seus projetos.

          Cabe à escola orientar e abrir espaços, fornecendo os meios necessários para que os adolescentes e os jovens, procurem se lapidar e assim terem condições de atingirem seus objetivos, dentro de suas possibilidades.

          Uma sociedade é construída e avaliada pela Educação. As pessoas que recebem uma Educação de qualidade, certamente terão mais senso crítico da vida, atingindo sem dúvida um patamar muito mais elevado de conceito, de valores éticos, morais, espirituais e de cidadania.

          Segundo esta linha de raciocínio, o trabalho antidrogas deve ser contínuo e a sua abordagem não deve necessariamente centralizar-se especificamente sobre ele, mas oferecer e proporcionar alternativas de qualidade de vida – e dentro desta qualidade de vida, o aprender a lidar consigo mesmo – e a busca de ideais.

          Algo fundamental e necessário, seria proporcionar aos adolescentes e jovens o conhecimento de seus limites, sejam eles quais forem – emocionais, físicos ou financeiros – e ao mesmo tempo, passo a passo, ajudá-los a superá-los, para que assim possam conviver com todas as suas características individuais. Seria importante também, uma orientação psicopedagógica, que os ajudasse a enfrentarem e superarem os fracassos e as limitações.

          A Educação deve quebrar as barreiras do ensino, deve ser uma fonte de conhecimentos intelectuais e ao mesmo tempo, uma fonte de desenvolvimento pessoal e social de cada ser humano.

          A partir do momento que o tema "droga" passar a ser trabalhado com muita eficácia, sendo englobado diretamente ou indiretamente em todas as disciplinas curriculares, sendo inserido psicologicamente em cada estudante, automaticamente, estará incutido na formação da própria personalidade do homem, como algo prejudicial e assim teremos os mecanismos de superação que buscamos.

          Todos os meios usados para que se faça a prevenção às drogas são de fundamental importância. O que precisa ocorrer é uma sintonia entre esses meios. Pouco resolve se convidar palestrantes uma vez a cada seis meses, se o trabalho preventivo se resumir apenas nestas palestras, como meio de prevenção nas escolas. Este tipo de prevenção é apenas uma vertente.

          Da mesma forma é de grande importância o trabalho que o PROERD faz, promovendo curso nas escolas, mas é importante frisar, que este curso se realiza apenas nas quartas séries e que agora, é que está se iniciando nas sextas séries também. Da mesma forma, este curso realizado pelo PROERD é uma vertente. É importante que haja um cronograma de tais projetos numa grade curricular, fechando um ciclo anual, que venha somar a outros projetos e não tê-los apenas como linhas mestras para trabalhar a prevenção.

          É importante ter claro que a questão do uso de drogas é uma questão existencial, isto é, está inserida dentro do ser humano, pois ela (droga) de certa forma, faz com que a pessoa tenha prazer, externe suas sombras. Certamente, discursos contrários não atingem aos jovens, então fundamental é que se proporcione este mesmo prazer através de atividades sadias ou mesmo ajudando, dando subsídios para que as pessoas aprendam a lidar com suas sombras.

Ataíde Lemos
Revisão:
Vera Lucia Cardoso

Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira