Trabalhar a questão das drogas na Educação, em nível de ensino fundamental e médio, penso que deva ser de formas específicas e direcionadas. Quando abordamos drogas, constatamos que este tema é muito amplo, que pode abrir leques para várias interpretações ou mesmo inúmeras brechas para questionamentos contraditórios.
Uma das abordagens para se trabalhar na escola tal assunto, seria propiciar aos estudantes adolescentes e jovens, do ensino médio, a aprendizagem de como se relacionarem consigo mesmo; a aprenderem a resolver seus conflitos internos; criarem perspectivas de vida saudável, incentivando e motivando-os a correrem atrás de seus projetos.
Cabe à escola orientar e abrir espaços, fornecendo os meios necessários para que os adolescentes e os jovens, procurem se lapidar e assim terem condições de atingirem seus objetivos, dentro de suas possibilidades.
Uma sociedade é construída e avaliada pela Educação. As pessoas que recebem uma Educação de qualidade, certamente terão mais senso crítico da vida, atingindo sem dúvida um patamar muito mais elevado de conceito, de valores éticos, morais, espirituais e de cidadania.
Segundo esta linha de raciocínio, o trabalho antidrogas deve ser contínuo e a sua abordagem não deve necessariamente centralizar-se especificamente sobre ele, mas oferecer e proporcionar alternativas de qualidade de vida – e dentro desta qualidade de vida, o aprender a lidar consigo mesmo – e a busca de ideais.
Algo fundamental e necessário, seria proporcionar aos adolescentes e jovens o conhecimento de seus limites, sejam eles quais forem – emocionais, físicos ou financeiros – e ao mesmo tempo, passo a passo, ajudá-los a superá-los, para que assim possam conviver com todas as suas características individuais. Seria importante também, uma orientação psicopedagógica, que os ajudasse a enfrentarem e superarem os fracassos e as limitações.
A Educação deve quebrar as barreiras do ensino, deve ser uma fonte de conhecimentos intelectuais e ao mesmo tempo, uma fonte de desenvolvimento pessoal e social de cada ser humano.
A partir do momento que o tema "droga" passar a ser trabalhado com muita eficácia, sendo englobado diretamente ou indiretamente em todas as disciplinas curriculares, sendo inserido psicologicamente em cada estudante, automaticamente, estará incutido na formação da própria personalidade do homem, como algo prejudicial e assim teremos os mecanismos de superação que buscamos.
Todos os meios usados para que se faça a prevenção às drogas são de fundamental importância. O que precisa ocorrer é uma sintonia entre esses meios. Pouco resolve se convidar palestrantes uma vez a cada seis meses, se o trabalho preventivo se resumir apenas nestas palestras, como meio de prevenção nas escolas. Este tipo de prevenção é apenas uma vertente.
Da mesma forma é de grande importância o trabalho que o PROERD faz, promovendo curso nas escolas, mas é importante frisar, que este curso se realiza apenas nas quartas séries e que agora, é que está se iniciando nas sextas séries também. Da mesma forma, este curso realizado pelo PROERD é uma vertente. É importante que haja um cronograma de tais projetos numa grade curricular, fechando um ciclo anual, que venha somar a outros projetos e não tê-los apenas como linhas mestras para trabalhar a prevenção.
É importante ter claro que a questão do uso de drogas é uma questão existencial, isto é, está inserida dentro do ser humano, pois ela (droga) de certa forma, faz com que a pessoa tenha prazer, externe suas sombras. Certamente, discursos contrários não atingem aos jovens, então fundamental é que se proporcione este mesmo prazer através de atividades sadias ou mesmo ajudando, dando subsídios para que as pessoas aprendam a lidar com suas sombras.
Ataíde Lemos
Revisão:
Vera Lucia Cardoso
Ataide, seu artigo coloca em evidência os problemas atuais a que os adolescentes e jovens estão sendo expostos, como as drogas e também, a inadequação do sistema e a falta de preparo da maioria dos profissionais de Educação, para lidar com essa problemática, pois a grande maioria de professores de primeiro grau não tem curso superior e formação em Pedagogia.
ResponderExcluirComo Pedagoga, posso afirmar que todas as soluções apontadas por você, estão dentro do ideal transdisciplinar e holístico de Educação, que coloca como imprescindível a visão integral do educando, reunindo o objetivo com o subjetivo, o pensar com o sentir e o corpo com o Espírito realizando assim, a integração do homem consigo mesmo, com a natureza e com a sociedade. A educação tem que estar sempre em processo de desenvolvimento e atualização,adaptando-se aos novos contextos de vida do mundo pós-moderno.
A prevenção às drogas tem que se iniciar desde cedo nas escolas, evidenciando-se valores relativos à uma educação moral,apoiada numa ética comprometida com o bem, a verdade, a fraternidade e a justiça: numa inspiração de fundo cristão. Tratar as diferenças individuais é uma tarefa que excede o simples plano material da existência humano-social para adentrar pelos campos da cultura e do espiritual. Desabrochar o gênio que há no fundo de cada Ser é a tarefa da grande missão de educar. E essa missão hoje, não pode mais estar restrita à sala de aula. Ela deve abranger também atividades no computador, o programa educativo na TV, jogos, manifestações artísticas e culturais da comunidade, que estejam dentro dos interesses dos educandos e que eles possam compartilhar e participar com alegria e prazer e então a partir dos interesses deles, podermos trabalhar esse psicológico, colocando as informações contra as drogas, trabalhar a auto-estima, romper as barreiras das limitações e devolver-lhes a noção de totalidade, unindo corpo, mente e Espírito, em busca de sua reintegração com ele mesmo e com o semelhante, facilitando assim a construção coletiva do conhecimento e formando cidadãos que por terem uma fundamentação sólida de valores morais e a sua auto-estima elevada jamais irão se envolver com drogas.