Uma das palavras mais ouvidas quando discutimos drogadição é a palavra recaída.
Gostaria de iniciar este texto partindo iniciando sobre os tipos de tratamento. Há varias abordagens de tratamento para dependência química. Existe tratamento clinico medicamentoso; há o tratamento psicoterapeuticos individual; há os grupos de mutua ajuda que envolve a psicologia comportamental e espiritualidade e por fim, há o tratamento realizado pelas Comunidades Terapêuticas, que é um tratamento psicoterapeutico sem uso de medicamento e enfatizado por uma determinada espiritualidade. Além, de todas estas abordagens, ainda existe aquela que é feita de maneira aberta e sem metodologia definida, seria aquelas onde o dependente químico pode buscar informações através da mídia, literatura sobre drogas.
Primeiramente, quis fazer este comentário inicial sobre o tratamento, para falar sobre a recaída e dizer que já estamos precisando repensar nesta nomenclatura e definindo melhor esta etimologia.
Segundo meu ponto de vista, como sempre enfatizo, a dependência química é uma doença bio-psico-social, porém a abordagem para o tratamento é quase exclusiva a nível psicológico, digo isto, porque entendo que é através de um trabalho psicológico é que o dependente mantém a sobriedade, haja vista, que não existe cura definitiva para aquele que adquiriu a doença. Todo processo de tratamento é visando um trabalho preventivo, educacional e comportamental para que o dependente não faça o primeiro uso.
Partindo do principio que, a pessoa que procura tratamento sempre passa por varias abordagens terapêuticas obtendo varias experiências empíricas, isto o leva a um desenvolvimento psicológico de vencer a drogas, ocorrendo uma mudança sistemática de comportamento e conhecimento sobre a dependência.
É comum vermos pessoas que passam por tratamento relacionados à dependência química que voltam para as drogas, porém, são fortes os suficientes para o retorno da sobriedade com certa facilidade. Não tenho duvidas que isto esteja relacionado a toda esta estrutura adquirida em muitos tratamentos. É neste sentindo que dizemos que o tratamento é lento e demorado, pois para alguns é através de varias recaídas e com o conhecimento somando-se ao desejo de vencer as drogas que vários conseguem deixar-la definitivamente.
Olhando por este prisma, as recaídas devem ser vista também como parte do processo de tratamento, desta forma, não há necessidade do desespero nem dos que são dependentes químicos ou mesmo dos familiares. Poderíamos dizer que, até certo ponto, o tratamento em si é teórico mesmo que esteja numa abordagem onde o paciente possa experenciar todas as reações orgânicas, psicológicas, e crises de abstinência.
As recaídas são a pratica do confronto entre a realidade da teoria com a realidade da dependência particular de cada um. O resultado está certamente no que quer o dependente para sua vida já de posse de todo conhecimento e estrutura psicológica existente em seu consciente.
Um dependente químico que almeja a sobriedade e a busca, jamais aceita naturalmente os momentos de recaídas instantâneas, pois ele sofre, e assim de posse do que sabe constrói mecanismos próprios para de restabelecer a sobriedade novamente.
Finalizando, diria que as famílias, os dependentes químicos jamais devem entrar em crises quando se depara com recaídas simplesmente, mas sim ter a certeza que estas voltas às drogas ou bebidas compulsivas são instantâneas e rápidas. A atenção deve estar mais na estrutura emocional, no objetivo e no que pensa aquele que recai em relação às drogas.
Ataíde Lemos
Autor dos livros
Drogas um Vale Escuro e Grande Desafio para Família
O Amor Vence as Drogas
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