Gostaria de abordar um tema sobre as drogas e a violência gerada tanto pelo tráfico quanto aquela que ocorre pelo seu consumo e a sua legalização.
Uma das bandeiras levantadas por aqueles que defendem sua legalização, está na violência que a ilegalidade provoca, porém, não pelo seu consumo, mas sim, pelo tráfico, ou seja, a droga gera muitas mortes, alicia muito jovem e adolescente ao mundo do crime. Estes são os argumentos pelos defensores da legalização.
No entanto, com o que está havendo na cidade do Rio de Janeiro em relação à ação do Estado junto aos traficantes este argumento – violência gerada pelo tráfico – começa a cair por terra, pois até o presente momento, podemos observar que este tipo de violência diminuiu sistematicamente nas principais regiões dominadas pelos traficantes. Lugares estes que haviam uma enorme violência devido ao tráfico de drogas.
Por outro lado, sabemos que nem os consumidores de drogas e nem os dependentes químicos deixaram de fazer seu uso, ou seja, a violência que ela provoca devido ao seu consumo se mantém. Violência que está na família, nas comunidades, no trânsito, etc. A violência que desestabiliza a sociedade e, por conseguinte, a todos e o qual o Estado não tem como exercer uma ação em curto prazo, mas somente a médio e longo tempo trabalhando efetivamente para a diminuição da demanda por meio de projetos de prevenção e também na ação imediata oferecendo tratamento aos dependentes químicos e na contínua tarefa de combater o tráfico de drogas.
A violência que as drogas provocam devido ao seu consumo é infinitamente superior e mais prejudicial à sociedade que a provocada pelo tráfico, haja vista, que a violência provocada pelo consumo destrói a família que por, consequencia, vai degradando toda uma sociedade ao longo do tempo, destruindo valores essenciais e fundamentais para a dignidade humana. Ceifando adolescentes e jovens, bem como, destruindo toda uma sociedade em seus valores culturais, sociais e espirituais.
Outro fato importante a se destacar está na imposição por meio de leis para diminuir a violência das drogas, isto somente não funciona, mas sim, uma imposição somando com trabalhos de educação, ou seja, leis apenas não funcionam se não haverem projetos de nível educacional para a formação e conscientização da gravidade que são as drogas e a responsabilidade que deve haver ao ingerir drogas lícitas como o álcool e o tabaco. Um exemplo clássico e recente que se pode citar sobre a violência provocada pelo consumo da droga licita (álcool) é a lei denominada Lei Seca. Está evidenciado que, embora, foi feito um grande marketing em sua implantação, não fez com que os motoristas parassem de ingerir álcool e pegar no volante, pois, aquele que bebe e não tem responsabilidade ou aquele que tem problemas de alcoolismo continua a pegar o carro embriagado. É notória a quantidade de mortes que estão sendo provocados pela mistura de álcool e volante.
Finalizando, a discussão da legalização das drogas ilícitas a despeito da violência que ela provoca sobre a ótica do trafico acaba de ser derrubada quando observamos que esta violência diminuiu sistematicamente no Rio de Janeiro, no entanto a violência provocada pelo seu consumo continua num estado crescente, por isto, não a sua legalização.
Ataíde Lemos
Escritor e poeta
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