Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A internação involuntária compulsória




A internação involuntária compulsória

      Uma medida de um juiz dever ser aplaudida, pois, determinou a internação involuntária de um dependente químico, embora, saiba-se que dificilmente, haverá um resultado positivo, tanto pelo pouco tempo que serão de 30 dias e porque a internação é involuntária, porém, deve ser aplaudida por trazer a responsabilidade do custeamento financeiro da internação para o Estado. 

Parece-me que a justiça, embora, tem a responsabilidade de autorizar a interação, está também pressionando o governo. Ou seja, para autorizar a internação é fundamental que haja uma rede pública ou privada que dê condições e tenha os requisitos necessários para receber o dependente químico oferecendo a ele de fato tratamento digno e também, obrigando o Estado a custear o tratamento.

Se a maioria dos juizes também seguirem o exemplo de determinados magistrados, poderemos ter uma luz no fim do túnel em relação a ação do governo em termos  de tratamento aos dependentes químicos, pois o fracasso desta medida tomada pelo governador do Estado de São Paulo, deverá levar o governo tomar medidas mais consistentes e junto com a sociedade civil e os profissionais especializados nesta área criando assim, um novo modelo de políticas públicas que de fato possa atingir um índice melhor, pelo menos, na busca de tratamentos.

Ao questionar a internação involuntária, não quero com isto, dizer que sou insensível com estes que estão morrendo de maneira terrível nas ruas. Que sou insensível as mais variadas formas utilizadas pelos dependentes químicos para adquirem as drogas. Não sou insensível aos familiares que sofrem tanto quanto, ou mais ainda, que os dependentes químicos por verem vivendo e morrendo da forma como estão. Pelo contrário, sou solidário a suas dores, porém, não concordo por saber que a internação involuntária não funciona e por saber que é somente a critica que pode levar os poderes públicos agirem com seriedade e de fato, assumirem suas responsabilidades em termos de tratamento às drogas.

As estatísticas revelam que a cada ano tem-se aumentado de forma assustadora o consumo do craque, no entanto, os governos mantiveram inertes a esta realidade. O governo de São Paulo, após, varias tentativas frustradas e violentas  em acabar com a cracolandia, resolveu tomar uma nova medida erronia, porém, esta pode ser a esperança de uma nova proposta e ação concreta para a criação de uma política séria e  investimentos de recursos humanos e financeiros do Estado para o tratamento destes doentes.

Ataíde Lemos

Escritor&Poeta

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Retroagindo-se em relação à dependência química



Retroagindo-se em relação à dependência química

No passado, o dependente químico era tido como um doente mental, portanto, ele era internado em manicômio e ficava por anos e anos. Com o avanço da medicina e o conhecimento nesta área,  chegou-se a conclusão que o dependente químico é possuidor de uma doença bio-psico-social e que seu tratamento se dá através da psicologia e não necessariamente, por um psiquiatra, há não ser em determinados casos que o dependente também possui uma doença psiquiátrica que se desenvolveu através da drogadição. Mas, mesmo nestes casos, o tratamento não se dá por internação ambulatorial, mas, domiciliar, somente, havendo necessidade de internação em casos gravíssimos mentais.

Pois bem, quando também se chegou a conclusão que a dependência química não é uma doença mental, se criou um mito que o dependente químico é uma pessoa desajustada e sem caráter – um vagabundo. Infelizmente, este mito ainda perdura em grande parte da sociedade que não consegue aceitar ou assimilou que a dependência química é uma doença e deve ser tratada como tal.

Outro fato também que ocorreu, foi conceituar o dependente químico como um problema de segurança pública. Ou seja, o dependente ou usuário que portava drogas para seu uso era preso e cumpria uma sentença fechada, porém, era um crime afiançável. Após, muitas discussões houve mudança da Lei Sobre Drogas e hoje portar drogas para uso continua sendo crime, mas o usuário, não cumpre o regime fechado e nem é necessário fiança. Ele é obrigado a participar de algum programa de tratamento. 

Durante estes últimos 20, 30 anos houve um grande avanço em relação ao conceito de dependência química. Avanço na área de ciências biológicas e de saúde; avanço filosófico em relação ao uso de drogas e o dependente. Está se criando o conceito que o dependente não é caso de segurança pública, mas sim de saúde pública. No entanto, o avanço que não surge é na capacidade do Estado oferecer tratamento adequado para os portadores da dependência. por ser um tratamento complexo; pela necessidade de haver políticas públicas nesta área que exige uma estrutura enorme de profissionais capacitados e por fim, por exigir a disponibilidade de grandes recursos financeiros e ser um trabalho de resultados em longo prazo.

No entanto, vemos todo estes avanços se retroagirem, ou seja, o dependente químico, novamente passa a ser tratado como doente mental por pessoas que nem da área médica é. Isto é, para limpar as cidades, preocupados com as desvalorizações de certas áreas venais em regiões nobres das grandes metrópoles, políticos e outras autoridades resolvem prender (internar) dependentes químicos como se fossem doentes mentais.

Na falta obtenção de resultados; devido o crescimento de portadores desta doença e pela vergonha de não investirem na saúde pública. Por não investiram no tratamento desta doença (dependência química) estão querendo segregar os dependentes químicos confinando-os em instituições que se sabe lá como se dará o tratamento. Até porque o tratamento não haverá, pois ninguém se cura ou se trata daquilo que não quer.

Com mais de 12 anos na área de tratamento é notório que não há como se tratar um dependente químico contra a vontade dele. Não há como trabalhar o emocional, o psicológico de um dependente químico ou de qualquer pessoa sem a sua vontade. Pensar nesta possibilidade é ser mais insano que o próprio dependente.

Quando vejo este tipo de medida tomada, ou seja internar compulsoriamente, involuntariamente um dependente, me faz pensar que não é somente, a família que está coodependente, mas sim, a sociedade. Ou me faz pensar que autoridades políticas –não médicas – estão aproveitando esta coodependencia para tomar medidas que não tem nada haver com o problema saúde, mas sim, promover alguns interesses escusos.

Ataíde Lemos

Escritor & Poeta

Internação involuntária


          

        Dados oficiais estatísticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que de cada 100 dependentes que procuram tratamento, apenas 3 conseguem sair das drogas. Pois bem, se a média é tão baixa para aqueles que por livre espontânea  vontade buscam tratamento. Qual será a média dos que são obrigados a se tratarem? Portanto, a internação involuntária é obvio que não funciona. Este tipo de procedimento é retornar ao passado, onde se segregava aos dependentes como loucos em clinicas ou cadeias disfarçadas de clinicas. acredito que deva haver um processo de abordagem, onde por meio de uma equipe multidisciplinar crie no dependente à vontade de buscar tratamento. A dependência química é uma doença que exige vontade política, exige políticas públicas bem definidas, recursos humanos e financeiros e como colocado no artigo um trabalho compartilhado entre Estado e sociedade e não medidas paliativas e demagógicas que só servem para iludir famílias de dependentes e a própria sociedade que é leiga sobre esta doença.

Ataíde Lemos
Escritor & poeta

sábado, 12 de janeiro de 2013

Políticas públicas para tratamento a dependentes químicos


Políticas públicas para tratamento a dependentes químicos 

Quando o Rio de Janeiro, começou a internar os usuários de drogas involuntariamente, escrevi vários artigos questionando esta atitude. Pois, há muitos anos atuando nesta área, é de conhecimento que este tipo de internação não produz resultado positivo. A dependência química é uma doença e o conceito de doença é que: “ninguém se trata de uma doença se não desejar”, este conceito vale para todas as doenças. No caso especifico da dependência química, ainda é mais complicado, pelo fator “dependência”. Poucos são aqueles que a partir de uma dependência química, conseguem sobriedade necessária para pedir ajuda e assim, iniciar um tratamento. Portanto, pegar uma criança, um adolescente, um jovem, um adulto e exigir que ele se trate é uma atitude insana e demonstra um total desconhecimento daqueles que propõe este tipo de ação. Ou ainda, há uma segunda intenção, ou seja, limpar a cidade e encarcerar estes doentes. 

Pois bem, depois de mais de um ano que a prefeitura do Rio de Janeiro, começou a implantar a internação involuntária o resultado já demonstra a ineficácia desta política .Ou seja, a grande maioria que é recolhida e internada em clinicas involuntariamente, retornam as ruas. Esta semana (11/01/2013), tivemos um fato lamentável desta ação, um adolescente para fugir dos agentes sociais que iriam recolhe-lo, acabou sendo morto atropelado na Avenida Brasil. 

Infelizmente, o estado de São Paulo seguirá o mesmo modelo da cidade do Rio de Janeiro, uma política lamentável. Me parece que o prefeito de São Paulo, Hadad não concorda com este tipo de política, ainda bem. 

Tenho reiterado, por diversas vezes, me posicionado sobre como se deve atuar nesta área e a complexidade que é a doença da dependência química. Acredito, que o primeiro passo de ajuda para que os dependentes procuram tratamento é criar neles o interesse que deve ocorrer através de uma equipe multidisciplinar de acolhimento, para que através deste processo, conquiste a confiança e produza o interesse do dependente para tratar-se. Este deve ser o primeiro passo. O segundo; é que os municípios, estados e a união, tenham condições de dar para estes dependentes tratamentos adequados a doença, ou seja, tenham clinicas, centros de recuperação e sobretudo, profissionais preparados que conheçam sobre dependência química e não apenas jogarem estes doentes em clinicas sem a menor estrutura física e de profissionais. Terceiro; há muitas instituições civis sérias que tem condições de acolher estes dependentes e dar a eles tratamentos condizente, no entanto, não possuem recursos humanos e financeiros, porque o poder público não oferece convênios para elas. Instituições que sobrevivem com as migalhas, muito bem vindas por sinal da sociedade civil. Instituições civis que o poder público as ignoram, só lembrando em períodos eleitorais. Portanto, é essencial que o Poder Publico (executivo, legislativo e mesmo o judiciário), promovam convênios com estas entidades civis para que todos – Estado e sociedade civil – possam através de ações compartilhadas promoverem tratamentos adequados aos portadores da dependência química e assim, de fato, algo de concreto e real possa ser feito para minimizar esta triste realidade que assistimos não só nos grandes centros, mas sim em todo o país. 

Ataíde Lemos 
Escritor & Poeta

Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira