Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Retroagindo-se em relação à dependência química



Retroagindo-se em relação à dependência química

No passado, o dependente químico era tido como um doente mental, portanto, ele era internado em manicômio e ficava por anos e anos. Com o avanço da medicina e o conhecimento nesta área,  chegou-se a conclusão que o dependente químico é possuidor de uma doença bio-psico-social e que seu tratamento se dá através da psicologia e não necessariamente, por um psiquiatra, há não ser em determinados casos que o dependente também possui uma doença psiquiátrica que se desenvolveu através da drogadição. Mas, mesmo nestes casos, o tratamento não se dá por internação ambulatorial, mas, domiciliar, somente, havendo necessidade de internação em casos gravíssimos mentais.

Pois bem, quando também se chegou a conclusão que a dependência química não é uma doença mental, se criou um mito que o dependente químico é uma pessoa desajustada e sem caráter – um vagabundo. Infelizmente, este mito ainda perdura em grande parte da sociedade que não consegue aceitar ou assimilou que a dependência química é uma doença e deve ser tratada como tal.

Outro fato também que ocorreu, foi conceituar o dependente químico como um problema de segurança pública. Ou seja, o dependente ou usuário que portava drogas para seu uso era preso e cumpria uma sentença fechada, porém, era um crime afiançável. Após, muitas discussões houve mudança da Lei Sobre Drogas e hoje portar drogas para uso continua sendo crime, mas o usuário, não cumpre o regime fechado e nem é necessário fiança. Ele é obrigado a participar de algum programa de tratamento. 

Durante estes últimos 20, 30 anos houve um grande avanço em relação ao conceito de dependência química. Avanço na área de ciências biológicas e de saúde; avanço filosófico em relação ao uso de drogas e o dependente. Está se criando o conceito que o dependente não é caso de segurança pública, mas sim de saúde pública. No entanto, o avanço que não surge é na capacidade do Estado oferecer tratamento adequado para os portadores da dependência. por ser um tratamento complexo; pela necessidade de haver políticas públicas nesta área que exige uma estrutura enorme de profissionais capacitados e por fim, por exigir a disponibilidade de grandes recursos financeiros e ser um trabalho de resultados em longo prazo.

No entanto, vemos todo estes avanços se retroagirem, ou seja, o dependente químico, novamente passa a ser tratado como doente mental por pessoas que nem da área médica é. Isto é, para limpar as cidades, preocupados com as desvalorizações de certas áreas venais em regiões nobres das grandes metrópoles, políticos e outras autoridades resolvem prender (internar) dependentes químicos como se fossem doentes mentais.

Na falta obtenção de resultados; devido o crescimento de portadores desta doença e pela vergonha de não investirem na saúde pública. Por não investiram no tratamento desta doença (dependência química) estão querendo segregar os dependentes químicos confinando-os em instituições que se sabe lá como se dará o tratamento. Até porque o tratamento não haverá, pois ninguém se cura ou se trata daquilo que não quer.

Com mais de 12 anos na área de tratamento é notório que não há como se tratar um dependente químico contra a vontade dele. Não há como trabalhar o emocional, o psicológico de um dependente químico ou de qualquer pessoa sem a sua vontade. Pensar nesta possibilidade é ser mais insano que o próprio dependente.

Quando vejo este tipo de medida tomada, ou seja internar compulsoriamente, involuntariamente um dependente, me faz pensar que não é somente, a família que está coodependente, mas sim, a sociedade. Ou me faz pensar que autoridades políticas –não médicas – estão aproveitando esta coodependencia para tomar medidas que não tem nada haver com o problema saúde, mas sim, promover alguns interesses escusos.

Ataíde Lemos

Escritor & Poeta

Um comentário:

  1. Ataíde, estou, neste momento, emocionada com seu artigo. Sou dependente química em tratamento. Tenho graduação e pós-graduação. Venho de uma família de classe média alta e com alto nível de instrução (estou contextualizando para entendermos que todos estamos sujeitos ao que passei.) Usei cocaína de forma abusiva por três anos. Percebi que havia perdido o controle e me abri com meu pai e minhas duas irmãs. Sem conhecer nada do assunto, pedi que me ajudassem a encontrar uma clínica particular para uma internação voluntária custeada com meus recursos. Rapidamente com uma pesquisa na internet, escolhemos algumas clínicas, fizemos contato e decidi para qual iria. Eu arrumei minha mala, meus pertences e comprei uma ou outra coisa que a lista do enxoval pedia. Tomei um banho, me perfumei e embarquei no carro de meu pai que me levaria ao destino. Chegamos, assinamos alguns papéis, me despedi e meu pai, uma amiga que é uma mãe para mim e meu namorado foram embora. Achei que estava cumprindo meu papel ao procurar um local que cuidasse de mim. Para encurtar, no segundo dia de internação apanhei de vassoura de uma interna incentivada pela "coordenadora disciplinar", roubaram todo meu material de higiene pessoal e o que ouvi é que "era assim mesmo". Dormia num quarto com cinco mulheres entre drogatictas, esquizofrênica, uma velhinha abandonada pela família naquele lugar de horror, onde não circulava ar e a maioria das mulheres que habitavam meu quarto e o restante, urinavam e defecavam à noite, deixando o ar insalubre. O dono da clínica convenceu meu pai a passar minha internação de voluntária para involuntária, fiquei presa e minha família não acreditava nas coisas que eu contava pois os donos da clínica fizeram uma lavagem cerebral na cabeça de minha família dizendo que a dependencia era desvio de caráter, que eu mentia, manipulava para sair de lá e continuar o uso. Perdi minha autonomia, comia praticamente uma lavagem, fui assediada sexualmente pelo proprietário e o pai dele, sofri assédio moral, tortura física, trabalho forçado que quase me aleijou, e vi absurdos, um holocausto. Convenceram meu pai a me deixar lá seis meses. Não sei como não enlouqueci. Então, famílias, muito cuidado com internação. Vi meninas chegando lá normais e saindo lesadas de remédio. Quando saí, assim que retomei minhas forças fui pesquisar sobre essas internações, busquei relatórios da promotoria da União, da Secretaria de Direitos Humanos e os maus tratos, tortura, negligência são quase unanimidade. Faço questão de deixar o nome da clínica que fui presa: Clínica Feminina Minas Gerais, na cidade de Juatuba, MG. Site: http://clinicafemininarecuperacao.com.br/. Endereço: Av. Jucelino Kubitscheck, 475 - Jardim Leme, Juatuba - MG, 35675-000
    Horário: Aberto hoje · Atendimento 24 horas
    Telefone: (31) 3139-1008

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Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira